A importância da ação da Espiritualidade nos grandes movimentos nativistas do Brasil
Comentário introdutório
Daniel Valois
Foi assim que D. João VI, atendendo à
sugestão do Visconde Cayru, assinou decreto real, no dia 28 de janeiro de 1808,
“abrindo os portos brasileiros ao comércio com todas as nações amigas” . Estava dado o primeiro passo para a independência
do Brasil.
Retornando a Portugal, em 1821, D.
João VI deixa no Brasil seu filho Pedro, como Príncipe Regente. No momento das
despedidas, diz ao filho: “Pedro, se o Brasil se separar de Portugal, antes
seja para ti, que me respeitarás, do que para algum desses aventureiros”....
Entrementes, o espírito nativista do povo,
simbolizado nas ações dos irmãos Andrada e de jornalistas como Gonçalves Ledo,
Frei Sampaio e Jose Clemente Pereira, exercem forte influência sobre o Príncipe
Regente, a fim de que consumasse logo a independência.
O tempo passa. Portugal, atento ao
que ocorre na Colônia, pressiona o Príncipe Regente e determina o imediato
retorno de Dom Pedro à Europa. A população do Rio de Janeiro se articula para
impedir o seu retorno à Metrópole, e
leva ao Paço de S. Cristovão uma abaixo-assinado com mais de oito
mil assinaturas que é entregue a Dom Pedro por membros do senado, à
frente de enorme multidão... Dom Pedro então envia seu assessor José Clemente
Pereira ao encontro da multidão com a promessa formal, que dizia: “Como é para
o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que FICO.” Segundo
passo para formalização da Independência!
TRANSCRIÇÃO DA OBRA PSICOGRAFADA POR
HUMBERTO DE CAMPOS : “Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” – Psicografia
de Chico Xavier - 10ª edição, julho de
1974. (A 1ª edição foi publicada pela FEB em 1938)
“Entretanto, as tropas fiéis a Lisboa
resolve modificar a situação, ameaçando abrir luta com os brasileiros, a fim de
fazer cumprir as ordens da Coroa, (fazer Dom Pedro regressar a Lisboa...). Jorge
de Avilez, comandante da divisão, faz constar, imediatamente, os seus
propósitos e, a 11 de janeiro, as tropas portuguesas ocupam o Morro do Castelo, (hoje Esplanada do
Castelo), que ficava a cavaleiro da cidade. Ameaçado de bombardeio, o povo
carioca reúne as multidões de milicianos, incorpora-os às tropas brasileiras e
se posta contra o inimigo no Campo de Santana (atual Praça da República, nas
proximidades da Central do Brasil). O perigo iminente faz tremer o coração
fraterno da cidade. Não fosse o auxílio do Alto, todos os propósitos de paz se
teriam malogrado numa pavorosa maré de ruína e de sangue. Ismael acode ao apelo
das mães desveladas e sofredoras, e com seu coração angélico, penetra as
fortificações de Avilez e lhe faz sentir o caráter odioso das suas ameaças à
população. A verdade é que, sem um tiro, o chefe português obedeceu, com
humildade, à intimação do
Príncipe Dom Pedro, capitulando a 13 de
janeiro e retirando-se com suas tropas para a outra margem da Guanabara, até
que pudesse regressar com elas, para Lisboa”.
“Chegando
ao Rio por ocasião do grande triunfo do povo, após a memorável resolução do
“FICO”, José Bonifácio foi feito Ministro do reino do Brasil e dos Negocios
Estrangeiros. O Patriarca da Independência adota as medidas políticas que a
situação exigia, inspirando, com êxito o príncipe regente nos seus delicados
encargos de governo.”
José Bonifácio a expressão
culminante dos Andradas, juntamente com Gonçalves Ledo, Frei Sampaio e José Clemente Pereira,
jornalistas famosos da época, foram igualmente grandes promotores do movimento
de opinião, concentrando as energias nacionais para a suprema afirmação da
liberdade da pátria.”
“Todavia, se a ação desses abnegados
condutores do povo se fazia sentir desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul o
predomínio dos portugueses, desde a Bahia até o Amazonas, representava sério
obstáculo ao incremento e consolidação do ideal emancipacionista. O governo
resolve contratar os serviços das tropas mercenárias de Lorde Cochrane, o
cavaleiro andante da liberdade da América Latina.
Muitas lutas se travam nas costas baianas e
verdadeiros sacrifícios se impõem os mensageiros de Ismael, que se multiplicam
em todos os setores com o objetivo de conciliar seus irmãos encarnados, dentro
da harmonia e da paz, sempre com a finalidade de preservar a unidade
territorial do Brasil, para que se não fragmentasse o coração geográfico do
mundo.”
“José Bonifacio aconselha a D.
Pedro uma viagem a Minas Gerais, a fim de unificar o sentimento geral em favor
da Independência e serenar a luta acerba dos partidarismos. Em seguida, outra
viagem, com os mesmos objetivos, realiza o príncipe regente a São Paulo. Os
bandeirantes, que no Brasil sempre caminharam na vanguarda da emancipação e da
autonomia, recebem-no com o entusiasmo
da sua paixão libertaria e com a alegria da sua generosa hospitalidade e,
enquanto há música e flores nos teatros e nas ruas paulistas, comemorando o
acontecimento, as falanges invisíveis se reúnem no Colégio de Piratininga. O
Conclave Espiritual se realiza sob a direção de Ismael, que deixa irradiar a
luz misericordiosa do seu coração. Ali se encontram heróis das lutas maranhenses
e pernambucanas, mineiros e paulistas, ouvindo-lhe a palavra cheia de ponderação
e de ensinamentos. Terminando a sua alocução pontilhada de grande sabedoria, o
mensageiro de Jesus sentenciou:
- A independência do Brasil, meus
irmãos, já se encontra definitivamente proclamada. Desde 1808, ninguém lhe
podia negar ou retirar essa liberdade. A emancipação da Pátria do Evangelho
consolidou-se, porém, com os fatos verificados nestes últimos dias e, para não
quebrarmos a força dos costumes terrenos escolheremos agora uma data que
assinale aos pósteros essa liberdade indestrutível.
Dirigindo-se a Tiradentes, que se encontrava
presente, rematou:
-
O nosso irmão, martirizado há alguns anos pela grande causa, acompanhará
D. Pedro em seu regresso ao Rio e, ainda na terra generosa de São Paulo,
auxiliará o seu coração no grito supremo da liberdade. Uniremos assim, mais uma
vez, as duas grandes oficinas do progresso da pátria, (S. Paulo e Minas) para
que sejam as registradoras do inesquecível
acontecimento nos fastos da história... Agora, todos nós que aqui nos reunimos,
no sagrado Colégio Piratininga, elevemos a Deus o nosso coração em prece, pelo
bem do Brasil.
“ Tiradentes acompanhou o príncipe
de volta ao Rio de Janeiro... Um correio providencial traz mensagem de Portugal
destinada a D. Pedro, com novas imposições das Cortes de Lisboa e ali mesmo,
nas margens do Ipiranga, quando ninguém contava com essa última declaração sua,
ele deixa escapar o grito de “Independência ou Morte”!, sem suspeitar de que
era dócil instrumento de um emissário invisivel, que velava, ao seu lado, pela
grandeza da pátria.”
“Eis porque o 7 de setembro passou
à memória da nacionalidade inteira como o Dia da Pátria e data inolvidável da
sua liberdade”.
NOTA
Além
da introdução, incluí no texto do Irmão X comentários entre parênteses, com o
objetivo de esclarecer melhor o leitor.
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C I Ê N C I A E E S P I R I T U A L I D A D E
Daniel Valois
O
respeito do Codificador pela Ciência, está implícito em todas as obras da
Codificação da Doutrina Espírita.
Muitos
cientistas dos séculos XIX e XX, dedicaram parte da existência pesquisando o
viés científico do Espiritismo. Destaco aqui, em ligeiras pinceladas, Sir William Crookes. Dentre as suas invenções mais conhecidas
estão: o fotômetro de polarização e o microscópio espectral. Seus livros sobre
Química geral fizeram muito sucesso no século XIX. Descobriu o tálio, o césio, o rubídio e o índio. Sendo sua
descoberta mais notável a matéria radiante. No seu tempo eram conhecidos
somente os três estados clássicos da matéria. Foi um eminente astrônomo, filósofo,
físico, químico e matemático. Muitos outros cientistas também pesquisaram os
fenômenos espíritas, dentro dos princípios rigorosos da Ciência, comprovando a
veracidade consistente da Doutrina. Além do Dr. Crookes, os fenômenos espíritas
foram objeto do interesse e das
pesquisas de sábios ilustres do mundo,
tais como: Gully, Elliotson, Lodge, Morgan, Wallace, Varley, Lombroso,
Zöellner, Charles Richet, Aksakof, de Rochas e muitos outros.
Ficaram famosas as
materializações de Espíritos como a jovem Katie King; fenômenos luminosos diversos e efeitos
físicos, promovidos perante seleta platéia de cientistas, em Londres, sob
controle científico total, do Dr. Crookes, com a participação do médium Daniel
Dunglas Home, reconhecido na Europa e nos EEUU, além de médiuns de valor
exponencial como: Florence Cook e Kate Fox.
Sir Artur Conan Doyle, na
obra History of Spiritualism, conta uma proeza notável de D.D. Home, acontecida
em 16 de dezembro de 1868, em Londres, quando flutuou dentro de um quarto,
saindo pela janela, flutuando a mais de 24 metros de altura (acima da rua) e
entrando pela janela do quarto ao lado, descendo suavemente sobre o assoalho.
Foram testemunhas do feito o próprio Doyle, o Conde de Dunraven, Lord Lindsay e
Capitão C. Wynne.
Contemporaneamente,
destacamos as pesquisas de médicos famosos como: Dra. Elizabeth Kübler Ross,
Dr. Ian Stevenson e Dr. Raymond Moody Junior. A Drª. Ross se destaca por sua
dedicação tocada de humanismo e profundo amor, aos pacientes terminais a quem
dedicou mais da metade de sua existência, inspirando-a a escrever: “O Paciente
Terminal como Professor: Um Experimento e uma Experiência” (The Dying Patient
as Teacher: An Experiment and an Experience), “Sobre a Morte e o Morrer” (On
death and dying) e a “Roda da Vida”. Ela queria, além de oferecer apoio e
dignidade aos pacientes, entender o que se passava com cada um deles, nos momentos
finais do existir. Em seguida, com apoio e companhia do Pastor Gaines, dedicou-se
a descobrir o que acontecia, depois da morte.
Foram milhares de
depoimentos de pessoas em fase terminal, que ela acompanhou, levando seu
carinho, apoio moral, afetivo e calor humano. Muitas centenas de depoimentos,
exemplos de tenacidade e experiências de quase--morte que ela testemunhou, registrou
e depois divulgou nos três livros que publicou.
O caso da Srª.Schwartz é um dos mais
emblemáticos,
apresentado
pela Drª. Ross em sua obra “A Roda da Vida”. Aquela paciente já entrara e saíra
do CTI mais de dez vezes. Ela chegava sempre para morrer, é o que pensava o
pessoal da enfermagem... Entretanto, aquela mulher, incrivelmente resistente e
determinada, tinha sobrevivido. As enfermeiras viam-na com um misto de espanto
e respeito.
- Acho ela meio estranha –
disse a enfermeira. Ela me assusta.
Não havia nada de assustador na
senhora Schwartz quando a entrevistei para um seminário sobre a morte e o
morrer, elucidou a Drª. Ross. Ela me
disse que o marido era esquizofrênico e atacava o filho mais moço, então com
dezesseis anos, cada vez que tinha um surto psicótico. Ela receava pela vida do
filho caso morresse antes de o menino alcançar a maioridade. Se ela morresse o
marido seria o único tutor legal do filho, e não se sabia o que poderia
acontecer quando o pai se descontrolasse.
- É por isso que ainda não posso
morrer – explicou.
A Drª.
Elizabete reconheceu que suas preocupações tinham fundamento e apresentou-a a
um advogado da Sociedade de Ajuda Legal, que conseguiu transferir a custódia do
menino para um parente saudável e confiável.
Depois disso a Srª. Schwartz,
portadora de câncer, apresentou inesperada melhora, obteve alta e viajou para
Indiana, onde residia. Lá, alguns dias depois, sofreu hemorragia interna e foi
internada às pressas em hospital particular, onde seu estado foi considerado crítico. Grave
demais, para que fosse removida para Chicago, onde havia mais recursos clínicos
e cirúrgicos.
No dia seguinte, pela manhã, a
enfermeira entrou no quarto , olhou-a espantada e saiu quase correndo. Neste
instante, (palavras dela). Flutuou para fora do corpo físico e elevou-se até o
teto. De lá observou a equipe de ressucitação que entrou correndo no quarto e
começou a trabalhar freneticamente para salvá-la.
Durante todo tempo, ela
permaneceu observando a cena, do alto.
Viu tudo nos menores detalhes. Ouviu o que cada pesssoa disse. Chegou até a
perceber o que estavam pensando, mas não falavam.... Surpreendentemente não
sentiu dor, medo ou ansiedade por estar fora do corpo.
Algumas vezes gritou para a
equipe, dizendo que estava lá em cima, tudo estava bem, que parassem com aquele
estardalhaço,,mas ninguém a ouvia. Por fim desceu e cutucou um dos médicos mas,
para sua surpresa, seu braço atravessou o braço dele. Nesse momento, tão
frustrada quanto eles, desistiu de tentar comunicar-se...
- Então, perdi a consciência,
explicou.
Nos quarenta e cinco minutos
que durou tudo aquilo, a última coisa de que ela se lembra é que a cobriram com
um lençol e a declararam morta. Mas ela ainda estava decidida a permanecer
viva, até que seu filho completasse 18 anos...
Tres horas e meia mais tarde,
uma enfermeira foi ao quarto dela, remover o cadáver para levá-lo ao
necrotério. Ao entrar, encontrou-a sentada no leito, sorrindo satisfeita. A
Sra. Schwartz vencera a morte, mais uma vez.
Dois anos mais tarde seu filho
completou a maioridade e ela desencarnou.
O pastor Gaines, companheiro de pesquisas da
Dra. Ross, desiludido com a resistência dos médicos em permitir o trabalho dos dois heróis com seus
pacientes e até mesmo as reações agressivas de alguns, despediu-se de sua amiga
e reassumiu a direção de sua igreja, no Colorado.
Um outro pastor o substituiu,
mas após seis meses, a Drª Ross ainda não conseguira qualquer sintonia com ele.
Certo dia ela o encontrou no
corredor do hospital e resolveu tentar sensibilizá-lo para que assumisse, de
fato, a missão do colega (Gaines) que o antecedera.
Ele parou diante da porta do
elevador e, enquanto aguardavam, ela permaneceu conversando quando, de repente,
a porta se abriu e lá dentro estava uma senhora simpática, muito alta,
aguardando que o pastor entrasse e fazendo sinais para a Dra. Ross de que desejava
falar com ela. Nesse momento, ela percebeu que a mulher flutuava...
A médica então perguntou. Quem é
você? O pastor virou-se para ver com quem ela falava e nada viu. Pulou então
como um gato para dentro do elevador e a mulher saiu.
Ela apresentou-se:
- Não me reconhece? Sou a Sra.
Schwartz. Quero conversar com a Sra. em sua sala.
A Drª. Ross sabia que ela havia
desencarnado há mais de dois anos. Embora tivesse intimidade com a morte e o
morrer, aquela experiência lhe pareceu muito surrealista.
A distância entre o elevador e a
sua sala era de pouco mais de dez metros. Mas diante daquela situação
inusitada, o tempo para percorre-la durou uma eternidade...
Chegando lá, a Sra. Schwartz
abriu a porta e convidou-a a entrar. Ela entrou, sentou-se em sua cadeira e a
visita em outra, na sua frente. Era mesmo a Sra. Schwartz! Mais jovem, mais
alegre e cheia de vitalidade.
Ela lhe disse: “Voltei aqui para
lhe fazer um apelo. Por favor não abandone suas pesquisas. Conclua seu livro e
o divulgue por todos os continentes. O mundo precisa conhecer essas verdades!”
Era o livro a Roda da Vida.
A Dra. Ross ficou estupefacta. De
fato ela havia decidido, secretamente, abandonar suas pesquisas, encerrar as
atividades do Seminário Permanente sobre a morte e o morrer, deixando ao
desamparo os estudantes da área da medicina, da assistência social, de
sociologia e de teologia de várias universidades. Mas, diante daquele apelo,
resolveu continuar seus trabalhos. Enquanto tomava essa decisão, apalpava sua mesa,
uma caneta e um bloco de anotações, para se certificar de que estava realmente
em sua sala e aquilo estava mesmo acontecendo...
Em seguida estendeu a caneta e o
bloco para a Srª Shwartz e lhe pediu. Escreva um bilhete para o pastor Gaines.
Eu quero que ele saiba que esteve aqui.
Ela empunhou a caneta, datou o
papel e fez um bilhete bem pessoal para o pastor, recheado de sentimento.
Assinou de forma inconfundível o seu nome completo e devolveu o bloco à Dra.
Ross. Em seguida levantou-se, deu um abraço na médica, abriu a porta e
desapareceu.
A pesquisadora saiu em seguida,
procurou-a pelos corredores e salas próximas, mas ela havia, de fato,
desaparecido...
Estas verdades deveriam ser compartilhadas mais assiduamente. Agradeço a colaboração de nosso grande irmão Dr.Daniel Valois.
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